com alguns cavalos a mais e um faixa bicolor pintada de ponta
a ponta da carroceria. Nada é mais enganoso. A casa de
Maranello se esforçou para fazer da nova 458 Speciale muito
mais que uma simples versão envenenada da tradicional.
A maior prova disso é o intenso retrabalho na aerodinâmica.
Os menos atentos dirão que a carroceria é a de uma 458 comum
com adereços estéticos mais radicais. Mas dê uma olhada no
capô: agora há duas grandes aberturas bem no meio. Elas
servem para escoar o ar que entra sob o para-choque e passa
pelo radiador, e assim ajudar a resfriar o motor traseiro,
que vai trabalhar em condições mais extremas nesta versão.
Ao lado dos faróis, nos para-lamas, ela ganhou três persianas
para as saídas de ar, que reme- tem visualmente às famosas 250 GTO e F40.
Já a traseira recebeu um enorme extrator, cuja função é retirar
com mais rapidez o ar que passa por baixo, deixando a carroceria
mais colada ao chão, graças ao aumento da pressão aerodinâmica.
Combinado à asa na traseira controlada eletronicamente, a Ferrari
conseguiu aumentar ainda mais o downforce. O novo sistema ativo
de aerodinâmica permite que o cupê adote configurações diferentes
para obter o máximo de carga aerodinâmica nas curvas
(para melhorar a aderência ao piso) ou o mínimo nas retas
(para aumentar a velocidade). O segredo desse recurso está
no centro do para-choque dianteiro, onde há duas portinholas
verticais e um flap horizontal. Em baixa velocidade, elas estão
fechadas para canalizar o ar para os radiadores. Acima de 170
km/h, elas se abrem para reduzir a resistência da carroceria em
alta velocidade. Superados os 220 km/h, é o flap horizontal que
desce e faz com que 20% do downforce se transfira do eixo
dianteiro para o traseiro, aumentando mais a velocidade.